quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Verdade de quem, e para quem?



 Myrian Luiz Alves


"Mentira é o nome dado às afirmações ou negações falsas ditas por alguém que sabe (ou suspeita) de tal falsidade, e na maioria das vezes espera que seus ouvintes acreditem nos dizeres. Dizeres falsos quando não se sabe de tal falsidade e/ou se acredita que sejam verdade, não são considerados mentira, mas sim erros. O ato de contar uma mentira é 'mentir', e quem mente é considerado um 'mentiroso'''.
(Disponível no google) 

A cemimônia em que a presidente da República da República Dilma Roussef  sancionou a Comissão da Verdade, em 18 de novembro, teve contornos de hipocrisia e falácia.

A começar pelos espectadores na plateia. Três ex-ministros de Direitos Humanos que não somente nada fizeram como omitiram identificações de seres humanos para levarem suas determinações midiáticas ao extremo.

O que fizeram pelo direito à verdade pessoas como Nilmário Miranda, Mário Mamede e Paulo Vannuchi?

De modo talvez inédito no mundo conviveram com esqueletos em armários de sua jurisdições ministeriais. Restos mortais retirados de campo santo e reserva indígena em terras do Araguaia. Em várias expedições, entre 1996 e 2011, a área de direitos humanos do governo federal se mantém no direito de tutelar a identificação de guerrilheiros tombados entre 1972 e 1975.

O segundo passou sem ninguém perceber à frente da então Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH). Ficou por lá com os restos mortais no armário da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos. Nome, aliás, bem apropriado pelo que vem fazendo a tal comissão no tema a que ela se propõe.

O terceiro, entre outras polêmicas, exigiu a Comissão da Verdade, no lançamento do III Plano Nacional de Direitos Humanos, no final de 2009, ao mesmo tempo em que mantinha, como continuou a manter até próximo ao final de sua gestão, os restos mortais nas dependências da então SEDH.

E, inacreditavelmente, o ainda presidente da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos, da SEDH, Marco Antonio Barbosa, que, meses antes da identificação de Bergson, em 2009, afirmava à imprensa não saber que, em seu armário, havia restos mortais, discursou em lugar da filha do deputado Rubens Paiva, segundo notícias de jornais.  

Aliás, o jornalista Tarcísio Holanda deu informações relevantes há poucas semanas, em seu programa da TV Câmara, a respeito da prisão e morte do deputado ainda “desaparecido".



                                                       





Foto 1Sebastião Curió Rodrigues de Moura, dr. Luchini, major Curió, capitão Curió, já nos tempos de Serra Pelada. Nunca respondeu a qualquer ação judicial relativa à Guerrilha do Araguaia.          
Foto 2: Antonio de Pádua Costa, Piauí, agachado à esquerda, tendo às suas costas militares da operação marajoara. É “desaparecido”. Em 2010, morador reconheceu Curió, de chapéu, atrás do militar de camiseta Regata.

Informações levantadas pelo Parlamento e
 reportagens independentes 

Em 2001, o ex-sargento Santa Cruz confirmou ao Grupo de Trabalho Araguaia, da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, ter andado cinco vezes na mata com Antonio de Pádua Costa, Piauí, a quem reconhece na foto.

Há alguns anos, o tenente José Vargas Gimenez, em várias entrevistas e depoimentos, como na Comissão de Direitos Humanos da Câmara, em 2008, confirmou ser responsável pela prisão de Piauí. Publicou o livro Bacaba, no qual expõe sua foto e a do guerrilheiro, então comandante do Dst A, lado a lado.

No Grupo de Trabalho Tocantins, em 2010, soube-se que a fotografia em que Piauí aparece agachado pertencia ao sr. Peixinho, proprietário das terras onde viria a tombar a guerrilheira Sonia, comandada por Piauí.

Um morador entregou a foto a Paulo Fonteles, que a remeteu à Comissão Especial, que nada fez, ainda em 1996. Reportagens e livros, ao longo desses anos, divulgaram a fotografia.

Recentemente, no Grupo de Trabalho Tocantins, o ex-major Sebastião Curió foi reconhecido, por um morador, na fotografia de Piauí. Ele seria o homem de chapéu e bigode, na última fileira, atrás do militar em estilo Rambo, de camiseta regata.

Ao lado do “Rambo”, de chapéu, segundo Gimenez, seria o agente Ivan, o ex-sargento Joaquim Artur, o Carioca, do livro de Taís Moraes. Esse mesmo militar é visto na fotografia de um helicóptero, no qual estaria o prisioneiro-desaparecido Lúcio Petit, Beto.

Este blogue iniciou suas postagens publicando a foto do comandante do 52º Batalhão de Infantaria de Selva à época dos fatos.

É o caso de perguntar, que verdade querem essas pessoas que não permitem a conclusão de qualquer trabalho investigativo?  Obstruem o cumprimento de sentença judicial, da qual, por incrível que possa parecer, são parte da ação, e atuam, neste momento, no comando informal das investigações em curso no Araguaia.

Como sempre exigem estar, a exemplo das reclamações de hoje, 23 de novembro, publicadas em O Globo. Articulam nomes para estar na Comissão da Verdade, após quase vinte anos de mentiras e desvios de informações relativas à Guerrilha do Araguaia.

Ao contrário do dito popular – “tirar esqueletos do armário” -, esse grupo colocou-os no armário do prédio do Ministério da Justiça em pleno governo Lula, após abandoná-los por cinco anos no edifício da Polícia Federal, em Brasília.

Qual o critério para escolha de nomes para a Comissão da Verdade? A indicação feita por falsários da história?


Maria Célia Corrêa, em álbum de família

Aprisionada em casa de morador, foi vista por vários moradores, na base Bacaba, em local semelhante a uma gaiola de passarinho.Como o cercado que envolve Piauí, na foto acima?

Embora informações militares exponham o crime, revelações relativas
 aos guerrilheiros Rosa e Piauí não são encaminhadas
 pela área de direitos humanos

Abaixo, dados de Antonio de Pádua Costa, Piauí, e Maria Célia Corrêa, Rosa, nos sítios do Grupo Tortura Nunca Mais-RJ e de Criméia Schmidt Almeida, desaparecidospoliticos.org.br, totalmente desatualizados, embora referências imediatas de pesquisa. As informações militares são mais contundentes e relevantes do que as repetidas biografias publicadas pelas duasr ONGs de direitos humanos.

Às informações referentes a Antonio de Pádua Costa acrescentamos os dados de Maria Célia Corrêa, Rosa, do Destacamento A, cuja prisão é testemunhada por vários moradores e admitida pela Marinha, em 1993, e por anotações de um militar, divulgadas pelo jornalista Lucas Figueiredo em seu blogue.

Segundo o que informa a Marinha, a respeito, entre outros, de Rosa e Piauí, seria imprescindível a investigação oficial, talvez pelo Ministério Público Militar. Vale dizer que, em 2001, o Ministério Público Federal, acionado, entre outros, por Criméia Schmidt, colheu dezenas de depoimentos na região e sequer as encaminhou para a Comissão de Anistia ou outras comissões para prosseguimento da investigação.

Apesar da gravidade dos depoimentos, também nada fez o Ministério Público Federal.
.........................

Informações publicados por ONGs 

de direitos humanos


Página do Grupo Tortura Nunca Mais-RJ

Antonio de Pádua Costa

Militante do PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL (PC do B).
Nasceu em 12 de junho de 1943 no Piauí, filho de João Lino da Costa e Maria Jardilina da Costa.
Desaparecido na Guerrilha do Araguaia desde 1974.
Estudante de Astronomia da UFRJ, foi da diretoria do DA do Instituto de Física. Foi indiciado por sua participação no XXX Congresso da UNE, em Ibiúna.
Quando passou a viver na clandestinidade, foi para a região do Araguaia, onde vivia na localidade de Metade, em São João do Araguaia/PA e tornou-se vice-comandante do destacamento A das Forças Guerrilheiras.
Com seu jeito alegre e brincalhão, rapidamente conquistou a simpatia dos vizinhos e companheiros. Com seu espírito prático e capacidade de direção, assumiu o Comando do Destacamento A – Helenira Resende – após a morte de André Grabois.
Foi visto pela última vez no dia 14 de janeiro de 1974, quando houve intenso tiroteio com as Forças Armadas. Estavam com ele naquele momento Antônio Alfaiate e Lúcio Petit, também desaparecidos.
Segundo o depoimento de um morador da região, Antônio foi preso em casa de um camponês, no início do ano de 1974.
O Relatório do Ministério da Marinha afirma que teria sido assassinado por uma companheira, “quando estavam acampados em local/região não definidos”. Causa estranheza o Ministério da Marinha ter informações tão detalhadas sobre sua morte e nenhuma informação sobre o local onde se deu sua prisão, o que demonstra, mais uma vez, a tentativa de escamotear as informações.

Maria Célia Corrêa

Militante do PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL (PC do B).


Desaparecida, na Guerrilha do Araguaia, aos 29 anos.
Nasceu em 30/4/45 na cidade do Rio de Janeiro, filha de Edgar Corrêa e Irene Corrêa.
Era bancária e estudante de Ciências Sociais na Faculdade Nacional de Filosofia, hoje UFRJ, no Rio de Janeiro.
Em 1971 foi viver na região do Araguaia, onde já se encontrava seu irmão Elmo e sua cunhada Telma, ambos também desaparecidos. Pertenceu ao Destacamento A - Helenira Resende, da guerrilha.
Foi vista pela última vez por seus companheiros no dia 2 de janeiro de 1974 e estava com Nelson Lima Piauhy Dourado, Jana Moroni e Carretel (todos guerrilheiros desaparecidos), quando houve um tiroteio contra os mesmos.
Os moradores de São Domingos viram quando Maria Célia era levada presa, com outros guerrilheiros.
Segundo o depoimento de Maria Raimundo Rocha Veloso, moradora na Região, Maria Célia foi presa por “Manezinho das Duas” que a amarrou e levou com a ajuda de outro homem para o acampamento do Exército em Bacaba (Transamazônica).
Este depoimento foi confirmado por Geraldo Martins de Souza, delegado de São Domingos na época dos acontecimentos, e que recebeu uma medalha do Comando do Exército na região por serviços prestados. Geraldo disse que “Rosinha”, nome com que era conhecida na região, foi presa no local chamado Açaizal.
Santinho, vereador pelo PSDB, em 1991, da Câmara de São Domingos e genro de Geraldo Martins de Souza, diz que eram duas as mulheres guerrilheiras levadas para Bacaba por seu sogro, uma delas era Maria Célia. Em todos estes depoimentos as pessoas são unânimes em afirmar que estava viva e sem ferimentos de arma de fogo, em meados de 1974.

Informações do sítio desaparecidospoliticos.org.br

Antônio de Pádua Costa
Ficha Pessoal 
Dados Pessoais          
Nome: Antônio de Pádua Costa
Estado: (onde nasceu) PI
País: (onde nasceu) Brasil
Data: (de nascimento) 12/6/1943
Atividade: Estudante universitário
Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ
 Dados da Militância 
Organização: (na qual militava) Partido Comunista do Brasil PC do B
Brasil
Nome falso: (Codinome) Piauí, Lino
Prisão: 14/1/1974
PA Brasil
região do Araguaia
Segundo depoimento de morador da região.
Morto ou Desaparecido: Desaparecido
14/1/1974
PA Brasil
região do Araguaia
Fotos original e preto e branco de busto numerada.
Relatório
Documento do arquivo do DOPS com a lista dos estudantes participantes do XXX Congresso da UNE, em Ibiúna, SP, em 1968.
Ficha pessoal
Documento do DOPS/SP. Consta que Antônio de Pádua Costa participou do XXX Congresso da UNE em Ibiúna, e que integrava o grupo chefiado por Joaquim Câmara Ferreira, autor do seqüestro ao embaixador norte-americano.
Legislação
Lei 9.140/95. Diário Oficial, Brasília, n. 232, 5 dez. 1995. Reconhece como mortas pessoas desaparecidas em razão de participação, ou acusação de participação, em atividades políticas, entre 02/09/61 a 15/08/79, e que por este motivo tenham sido detidas por agentes públicos, achando-se, desde então, desaparecidas, sem que delas haja notícias. No Anexo I desta Lei foram publicados os nomes das pessoas que se enquadram na descrição acima. Ao todo são 136 nomes.
Legislação
Lei 9.497/97. Diário Oficial do Município, Campinas, 20 nov. 1997. Atribui nomes de mortos e desaparecidos políticos no período da ditadura militar a ruas dos bairros Vila Esperança, Residencial Cosmo e Residencial Cosmo I.
(EREMIAS DELIZOICOV - Centro de documentação | DOSSIÊ - Mortos e Desaparecidos Políticos no Brasil - 2002 - 2007 Todos os direitos Reservados)

Maria Célia Corrêa
Ficha Pessoal 
Nome: Maria Célia Corrêa
Cidade: (onde nasceu) Rio de Janeiro
Estado:  (onde nasceu) RJ
País: (onde nasceu) Brasil
Data: (de nascimento) 30/4/1945
Atividade: Estudante universitária e bancária
Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ
 Dados da Militância 
Organização: (na qual militava) Partido Comunista do Brasil PCdoB
Nome falso: (Codinome) Rosinha
Prisão: 2/1/1974
Bacaba (Transamazônica)
Segundo depoimento de moradora da região e delegado de São Domingos, na época.
Morto ou Desaparecido: Desaparecido
2/1/1974 - São Domingos PA Brasil região do Araguaia
Agente da repressão: (envolvido na morte ou desaparecimento) Manezinho das Duas
Foto do rosto de Maria Célia Corrêa.
Legislação
Lei 9.140/95. Diário Oficial, Brasília, n. 232, 5 dez. 1995. Reconhece como mortas pessoas desaparecidas em razão de participação, ou acusação de participação, em atividades políticas, entre 02/09/61 a 15/08/79, e que por este motivo tenham sido detidas por agentes públicos, achando-se, desde então, desaparecidas, sem que delas haja notícias. No Anexo I desta Lei foram publicados os nomes das pessoas que se enquadram na descrição acima. Ao todo são 136 nomes.
Legislação
Lei 9.497/97. Diário Oficial do Município, Campinas, 20 nov. 1997. Atribui nomes de mortos e desaparecidos políticos no período da ditadura militar a ruas dos bairros Vila Esperança, Residencial Cosmo e Residencial Cosmo I.
--------------------------------------------------

Abaixo, informações do Centro de Inteligência do Exército, Força Aérea Brasileira e Marinha encaminhadas ao ministro da Justiça, Maurício Corrêa, em 1993 e recebidas por deputados e os mesmos atuais representantes de familiares na área de direitos humanos, como os dirigentes das  ONGs acima citadas.

Antonio de Pádua Costa – Piauí/Lino

Não possui registros (CIE).

Militante do PCdoB e guerrilheiro no Araguaia. Segundo o noticiário de imprensa nos últimos 18 anos e documentos de entidades de defesa dos direitos humanos, teria sido morto ou desaparecido no Araguaia. Não há dados que comprovem essa versão (FAB).

- OUT/68, foi preso em 12 OUT 68, em Ibiúna/SP, durante a realização do XXX Congresso da União Nacional dos Estudantes.
- MAR/74, foi assassinado a golpes de facão pela terrorista MARIA CÉLIA COSTA, ou seria MARIA CELIA CORREIA o nome correto, codinome  “ROSA”  ou  “CATARINA”, quando estavam acampados (local/região não definidos)  “ROSA”/”CATARINA”  foi morta, na ocasião, a tiros (MAR).
- NOV/74 – relacionado entre os que estiveram ligados à tentativa de implantação de guErrilha rural, levada a efeito pelo comitê central do PCdoB, em Xambioá. Morto em 05 MAR 74 (MAR).

Maria Célia Corrêa - Rosa

Filha de Edgar Corrêa e de Irene Creder Corrêa, nascida em 30 Abr 45, no RIO DE JANEIRO/RJ.
Militante do PCdoB, participou ativamente da guerrilha do Araguaia em 1971, onde utilizava os codinomes  “CATARINA”  e  “CRISTINA” (CIE).

Militante do PCdoB e guerrilheira no Araguaia. Segundo o noticiário de imprensa nos últimos 18 anos e documentos de entidades de defesa dos direitos humanos, teria sido morto ou desaparecido no Araguaia. Não há dados que comprovem essa versão (FAB).

- Seria seu nome correto MARIA CELIA COSTA.
- MAR/73, identificada como “CATARINA” ou “ROSA” uma das militantes do PCdoB.
- SET/73, o seu nome figurou numa relação de nomes citados por MAURO BRANDÃO CARNEIRO, dirigente intermediário do PCdoB, como tendo sido deslocada para o campo.
- NOV/74, relacionada entre os que estiveram ligados à tentativa de implantação de guerrilha rural, levada a efeito pelo comitê central do PCdoB, em Xambioá. Morta a tiros, em 05 MAR 74, após matar a golpes de facão, um companheiro ANTONIO DE PADUA COSTA (MAR).  


Dados de Maria Célia, em manuscrito militar divulgado
 por Lucas Figueiredo em seu blogue: http://pt.scribd.com/doc/50492636/Manuscrito-de-Um-Militar


Comissões e ONGs servem a quem?


Apesar dessas, entre outras, fundamentais informações, a Comissão de Mortos e Desaparecidos, tendo uma ex-prisioneira, e ex-guerrilheira como assistente para assuntos do Araguaia, não tomou qualquer atitude para apurar fatos apontados pela Marinha, Exército e Aeronáutica, em fotografias ou depoimentos colhidos na região e em Brasília.

Quem mente não pode pretender conduzir ou cobrar revelações da história do país.
Se a presidente Dilma Rousseff deseja realmente esclarecimentos a respeito dos fatos ocorridos entre 1964 e 1985 precisa vencer o bloqueio impetrado por meia dúzia de oportunistas.

Da retrospectiva de informações aqui colocada, ficam indagações:

. Curió e Ivan estão na foto e ninguém reconheceu?
. Quem é cada um dos militares posados em fotografia com guerrilheiro preso e “desaparecido”?
. Não interessava à Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos informar-se? Confirmar o paradeiro, entre outros, de Antônio Pádua Costa, Piauí, não era de sua alçada?

Os textos acima são referentes, também, à matéria abaixo, publicada em O Globo, de 23 de novembro de 2011.


Nenhum comentário: