Liberdade, no Araguaia, por Tereza Sobreira, 2009
Hipocrisia
João Carlos
“A morte nos
espreita, e não sabemos quando chegará; aguardemo-la em todo lugar. Meditar
sobre a morte é meditar sobre a liberdade. Quem aprendeu a morrer, aprendeu a
não ser mais escravo. Nada atingirá a quem sabe compreender que morrer não é um
mal. Saber morrer liberta-nos de toda sujeição e constrangimento.”
(Montaigne,
1533-1592)
O pequeno grupo, cada vez mais reduzido, que difundiu um abaixo-assinado
nesta semana, contra comitês e a Comissão da Verdade, que, como sempre, não lhes satisfazem a vontade, se apresenta como porta voz de quem?
Qual chantagem faz ao PCdoB, ao PT ou ao governo a única pessoa
que participou dos eventos da Guerrilha do Araguaia, integrante há anos de tais
grupos, hoje transformados em ONG's?
Algum guerrilheiro
sobrevivente deu procuração a ela ou a outras dessas pessoas para nos representar de forma teatral como coitadas viúvas? Repudiávamos e repudiamos esse tipo de exibição, nunca fomos ou nos vimos assim.
Esclarecemos, no campo da luta, a nossa opção clara e
consciente, de participar de ações, como a Guerrilha do Araguaia, contra a ditadura daquele momento.
Nós, sobreviventes, não somos chamados oficialmente a falar
sobre nossa participação. Ao contrário, somos
bombardeados de longa data por uma campanha difamatória.
Estive lá por amor à liberdade e, ali, como guerrilheiros, éramos mais do que camaradas.
Não segui para o campo por religiosidade, amor ou fidelidade ao partido. Alguns
camaradas podiam até estar ali por Stalin e sua doutrina, no entanto, cada um, com seus sonhos e razões, lutou sem esperar piedade.
Escolho sempre a loucura libertária, jamais atitudes cafajestes e o comportamento sem ética dos que representam nossa República, historicamente encorajadora, por um certo tempo, de oportunistas e canalhas.
Entendo como tremenda cara de pau daquela e de outras poucas
figuras que rondam sempre as investigações da história, a confecção de
mais um entre diversos abaixo-assinados escritos pelo mesmo agrupamento, ao longo das últimas décadas.
Boa parte dos três poderes, em nome da tal “governabilidade”, está envolvida diretamente nos escândalos diários e abrem as porteiras para as ratazanas do porão.
Como se sustentam esse e outros grupos oportunistas? Da forma como está estabelecida a relação entre a democracia representativa e a direta.
Para a representativa elegemos representantes aos postos executivos e legislativos, que, ao exercer o poder, transformam-se em déspotas, alheios à vontade pública, praticando desmandos a torto e a direito.
Para se afirmar no poder, necessitam desses grupos intermediários, que se auto-intitulam representativos, mas na verdade movem-se apenas por interesses escusos.
Felizmente, vemos também muitos gestores municipais serem cassados, ultimamente, por atos de corrupção. No início da década de 90, caras-pintadas foram às ruas exigir a saída do primeiro presidente eleito por voto direito, após o regime militar.
Para a representativa elegemos representantes aos postos executivos e legislativos, que, ao exercer o poder, transformam-se em déspotas, alheios à vontade pública, praticando desmandos a torto e a direito.
Para se afirmar no poder, necessitam desses grupos intermediários, que se auto-intitulam representativos, mas na verdade movem-se apenas por interesses escusos.
Felizmente, vemos também muitos gestores municipais serem cassados, ultimamente, por atos de corrupção. No início da década de 90, caras-pintadas foram às ruas exigir a saída do primeiro presidente eleito por voto direito, após o regime militar.
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